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terça-feira, 28 de setembro de 2010

TIÃOZINHO DO SINDICATO



Conheço o Tiãozinho da mais tenra idade. Não acho meritório dizer que tenha sido um bom menino, desses quietinhos e sem fôlego. Sempre afoito e irrequieto, correndo atrás de sonhos.  Passou a adolescência e parte de sua juventude cheio de histórias irreverentes que corriam a boca pequena.
Cidade provinciana, mesmo não tendo poucos habitantes tem dessas coisas, aquele mais ousado vira personagem lendário.
Tiãozinho é uma lenda viva. Moreno, costas largas que carregam o mundo tentando resolver seus problemas. Sorriso aberto, desses que cativam as pessoas, mesmo as que discordam de suas idéias. Aperto de mão forte, desses que só os amigos sinceros possuem. Essa é a melhor forma de descrever esse personagem tão verídico quanto sua vida. Sua idade não importa é jovem e idoso, depende da ocasião, mas sempre com um coração puro de criança. O nome é de origem grega e significa reverenciado, mas seu sucesso vem sendo conquistado à medida que se doa aos outros. Tiãozinho do Sindicato é uma pessoa que tem história.  
Poderia dizer que o destino quis, mas cristão católico diz que é a Providencia Divina que proporcionou que o jovem de espírito arrebatador se tornasse um homem de brio, desses que dão a cara a tapa, mas que jamais sai com as costas lanhadas. As inquietudes da juventude tornam- se alavanca para mudar o mundo, a começar pela pacata cidade de água boa e refrescante que arrebata o coração dos visitantes.
É preciso coragem para ser líder e ao mesmo tempo servir os que dele precisam. Um Dom Quixote Mineiro? Não seria bem assim, porque não há moinhos de ventos no Triangulo Mineiro.
A luta se tornou grande, e os interesses cresceram, não há apenas colegas de trabalho precisando de sua ajuda. No papel de sindicalista defende uma classe, muitas vezes com excesso de exposição de sua pessoa. Basta sair perguntando quem se lembra do caixão com cronômetro?  Embora o admire não digo que ele seja perfeito, posto que é vascaíno, e sou corinthiana desde sempre.
Futebol à parte, o que importa é a arte, ou melhor, a ciência da política, pois é preciso pensar grande, porque amplo é o pensamento do estadista. Assim seus olhos se abrem, sua visão se amplia.
E num dia ensolarado com pássaros cantando, Tiãozinho decide que é preciso ser mais para servir melhor. E não só ele quer, o povo anseia e clama por seu sangue político.
Cidade provinciana é bom frisar, o povo não vê o vereador como Legislador, mas enxerga nele um pai, que foi eleito para pagar contas de energia, de água, para dar dinheiro, remédio, é batalha secular tentar explicar o obvio.
Mas o nosso protagonista tem feito bem a sua parte. Tiãozinho sente um desejo ardente em sua alma de combater injustiças, essa fome voraz pelas coisas certas veio de berço. Segue firme, elaborando projetos de leis, gritando por justiça na Tribuna, trabalhando para ver sua cidade de água deliciosa e de povo hospitaleiro virar metrópole.
É aqui nesse momento mágico, de homens e Leis, embaraços e projetos que a linha de nossas vidas se cruza.  O homem político, o homem pai, o homem sindicalista, aquele que tem sede de justiça, põe bálsamo na ferida que trago na carne, no espinho que rasga os músculos do meu coração. Meu filho, com o mesmo ímpeto de justiça, hoje mora no Céu. E através de um Projeto, o edil jovem e prudente que secretaria a Câmara da bela e pacata cidade, o eternizará. Um belo gesto, dentro do contesto de distância que a morte impõe.
A vida, falo dessa e da eterna, tem dessas coisas, uniu dois jovens pela linha tênue do tempo, um estudante da Lei, outro que  faz a Lei.
Aquele cujo coração puro e presença amada que todos sentem a ausência, será eternizado porque seu nome não será esquecido, a lei para ele passou, mas fez- lhe justiça. O outro rogo a Deus que o conserve por longos anos fazendo e cumprindo as leis dos homens e amando a Lei de Deus, e lutando pela cidade que agora está distante de nós transformar- se em um lugar melhor para se viver.


Nivea Sabino

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O FORASTEIRO (Conto Original)




Surge a noite pintando de negro o horizonte, realçando a enorme placa de letras prateadas, que fincada no meio do canteiro ornado por relva e flores úmidas de sereno, exibe na entrada da cidade a inscrição gravada em letras garrafais :  “SEJA BEM VINDO A..."

O nome da cidade não é importante para o forasteiro que se aproxima cuja idade é indefinida; olhos negros e profundos marcados por espessas sobrancelhas igualmente negras, olhar taciturno que revela um homem perverso e desalmado; a boca hostil não sabe sorrir. A barba negra disforme define seu sinistro semblante. Veste roupas sujas e carcomidas; calça um velho par de tênis imundo. O porte físico é grotesco; pernas e braços musculosos, comandados pela mente pervertida por alguma doença mental severa ou pura misantropia. Seu corpo nutre-se de sua mentalidade deturpada.
Precisa descansar, está andando horas a fio. Vive numa fuga sem trégua, sem saber do que foge, sem ter para onde ir. Seus pés estão cansados, doloridos de tanto andar, não sabe precisar quantas horas ou quantos quilômetros andara até chegar até ali.
A pequena cidade exibe ruas limpas, algumas cobertas com o asfalto negro e liso, outras calçadas de pedra. O lugar está em paz. Suas casas de portas abertas, embora com grades para defendê-las, não aparentam medo da violência como ocorre nas cidades grandes. Talvez por conhecerem-se uns aos outros, sabem como defender- se de suas próprias concupiscências e justamente por isso não estão preparados para enfrentar o mau que chega com o desconhecido.
As pessoas olham de soslaio para o andarilho, os cabelos negros cacheados, desgrenhados lhe cobrem a nuca. Enquanto caminha a passos lentos, observa tudo a sua volta.
As casas fechadas, escondidas atrás de fortes grades, lhe parecem hostis. Sabe que é persona non grata, em todos os lugares que aparece.Está acostumado com a indiferença e o asco que é tratado. Descobriu que tem o poder de ser superior, em certos momentos seu demônio interior desperta, e toda a sua maldade e sua força, voltavam- se contra aqueles que são inferiores, em força e tamanho. Nessas horas, não sente prazer propriamente, apenas certa satisfação por ter seu instinto animalesco saciado.
Andou mais um pouco, saindo assim do alcance dos olhares indiscretos e desconfiados, próprios de moradores de cidades provincianas.
Sentou-se no meio fio, à beira da calçada, comeu um pedaço de pão velho que tirou do bolso sujo e bebeu água de uma garrafa pet. Passavam das 20 horas, saiu caminhando, sentia- se satisfeito, pois tapara o buraco do estomago, por hora está com outro tipo de fome.
Andou sem rumo por várias quadras, até vislumbrar uma rua arborizada. Reparou os jardins bem cuidados na frente das casas com arvores sombreando os passeios, ele sentiu o cheiro doce das flores cujo perfume inebriava-o, mas sua atenção está voltada interessadamente para a linda menina de lindos cabelos castanhos. Os belos cachos iam até quase a cintura, soltos ao sabor do vento.
Seu rostinho de bochechas rosadas e lindos olhos cor de mel a fazem semelhante a um anjo em figura de gente. Animada e cheia de vida, brinca solitária na frente de casa. Canta uma musica infantil enquanto pedala a pequena bicicleta vermelha, de rodas prateadas, com um cestinho na frente, onde estão acomodados um ursinho marrom e uma boneca pequena e magra, de roupas coloridas.
Ouvem- se vozes no alpendre da casa, enquanto a menina brinca, ele, precavido parou a alguns metros de distancia e passou a observar a cena que se desenrolava frente a seus olhos cobiçosos.
Foi chegando devagar, e ninguém viu nada, nem mesmo houve tempo para que a pequena gritasse....
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niveaveiga@hotmail.com
  
  Nivea Sabino

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